ATA DA TERCEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 12-01-2006.

 


Aos doze dias do mês de janeiro do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz e Raul Carrion, Titulares. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Todeschini, os Pedidos de Informação nos 003 e 009/06 (Processos nos 0163 e 0339/06, respectivamente); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providência nº 018/06 (Processo nº 0207/06); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providência nos 2991 e 2992/05 (Processos nos 7386 e 7387/05, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 214 e 219/05, do Senhor Antonio Elvidio Figueiredo, Diretor de Desenvolvimento e Articulação Institucional do Ministério da Educação – MEC; 1375/05, do Senhor Pedro Gus, Secretário Municipal da Saúde; Comunicado nº 193822/05, do Senhor José Henrique Paim Fernandes, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion registrou o transcurso dos cento e quarenta e cinco anos de existência da Caixa Econômica Federal – CEF, fundada por Decreto do Imperador Dom Pedro II, como instrumento direcionado a atender demandas da população, com baixo poder aquisitivo. Ainda, ressaltou a importância dos projetos sociais desenvolvidos por essa instituição, frisando recursos investidos em programas assistenciais, principalmente no campo da habitação. O Vereador João Antonio Dib teceu considerações acerca do cenário político contemporâneo, lembrando casos de corrupção investigados pelo Congresso Nacional, envolvendo parlamentares e empresários brasileiros. Nesse sentido, protestou contra proposta em tramitação na Câmara dos Deputados, que objetiva aumentar o número de componentes dessa instituição, afirmando que a situação do País aponta para o caminho inverso e que deveria ocorrer uma redução de integrantes das Casas Legislativas. O Vereador Ervino Besson relatou incêndio ocorrido em um veículo de transporte coletivo no dia nove de janeiro do corrente, na região central do Município de Rio Grande, chamando a atenção para a necessidade de uma fiscalização e um controle mais rigorosos de empresas que prestam serviços nesse setor. Finalizando, solidarizou-se com as vítimas desse acidente, lamentando a gravidade das queimaduras sofridas pela adolescente Bruna Corrêa Moreira. O Vereador Carlos Todeschini abordou o Pedido de Informações nº 003/06, relativo a pagamentos indevidos a funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana verificados no ano de dois mil e cinco. Também, questionou a origem de notícia veiculada pela Rede Brasil Sul de Comunicações – RBS, no dia seis de janeiro do corrente, de que a água distribuída em Porto Alegre seria inadequada para consumo, e defendeu a liberação do uso de bermuda e sandália aos motoristas de táxi de Porto Alegre. O Vereador Carlos Comassetto afirmou que se observam resultados negativos na qualidade dos serviços públicos de saúde a que tem acesso a população porto-alegrense, em especial no referente à infra-estrutura, recursos humanos e disponibilidade de medicamentos. Quanto ao tema, traçou comparativo entre a atuação dos Governos Federal, Estadual e Municipal, aprovando as linhas de administração desenvolvidas pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion informou problemas enfrentados pelas famílias da ocupação Morada do Sol, transferidas pelo Departamento Municipal de Habitação para a Avenida Plínio Kroeff. Ainda, comentou restrições apresentadas pelos Estados Unidos da América para a venda de aviões brasileiros à Venezuela e elogiou o Governo Federal, pela liberação de verbas para aplicação em obras de saneamento básico. O Vereador Ervino Besson discorreu sobre o trabalho realizado pela Brigada Militar e pela Polícia Civil do Estado, enaltecendo ações de fiscalização de empresas de revenda de peças automotivas usadas, as quais têm viabilizado o desbaratamento de quadrilhas especializadas no roubo e desmanche de veículos. Também, cobrou medidas mais eficazes na prevenção de arrombamentos de residências no Litoral, salientando que crimes dessa natureza refletem negativamente no mercado imobiliário da região. O Vereador Carlos Todeschini propugnou por melhorias nos serviços de segurança pública do litoral gaúcho, concordando com o pronunciamento a respeito hoje efetuado pelo Vereador Ervino Besson, em Comunicação de Líder. Ainda, cumprimentou a Caixa Econômica Federal pelo transcurso dos cento e quarenta e cinco anos dessa instituição e saudou investimentos programados pelo Governo Federal para o ano de dois mil e seis, voltados à recuperação de rodovias, assistência social, saneamento e educação. O Vereador João Antonio Dib desaprovou a política econômica seguida pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, questionando o montante de verbas federais liberadas para ações na área da segurança pública e para empreendimentos direcionados à construção e manutenção de rodovias no País. Igualmente, comentou obras do Governo Municipal junto à Estrada Afonso Lourenço Mariante e assegurou ser potável a água atualmente distribuída pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos. O Vereador Haroldo de Souza debateu o sistema de segurança pública vigente no País, analisando relações existentes entre a falta de emprego e índices de criminalidade e violência. Da mesma forma, posicionou-se favoravelmente à redução do número de integrantes do Poder Legislativo, criticando conduta de parlamentares envolvidos em casos de corrupção e abordando pronunciamento acerca do tema, efetuado nesta Reunião pelo Vereador João Antonio Dib, em Comunicações. O Vereador Luiz Braz mencionou a charge publicada hoje pelo cartunista Aroeira, no jornal O Sul, discorrendo sobre as relações mantidas pelo Governo Federal com o Fundo Monetário Internacional e lembrando casos de corrupção divulgados pela imprensa, envolvendo empresários e parlamentares brasileiros. Ainda, apoiou o nome de Geraldo Alckmin como candidato a Presidente da República, elogiando a gestão desse político como Governador do Estado de São Paulo. Às dez horas e quarenta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz e Haroldo de Souza e secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Havendo quórum, passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste, há exatos 145 anos, em 12 de janeiro de 1861, através do Decreto nº 2.723, editado por D. Pedro II, surgia, no Rio de Janeiro, a Caixa Econômica Federal, logo conhecida como o cofre seguro das classes menos favorecidas.

Ao longo dos anos, tornou-se o Banco do sonho da casa própria, da poupança, das loterias, e da concretização de muitos outros sonhos de milhões de brasileiros.

O primeiro depositante da Caixa foi um gaúcho, Antonio Alves Pereira, revolucionário farroupilha, conhecido pela alcunha de “Coruja”.

Já no primeiro dia, confirmou-se o caráter popular da Caixa Econômica Federal, sendo as quantias depositadas em suas contas, quantias pequenas, e a listagem dos primeiros correntistas, repletas de Josés, Antônios, Joaquins, Joões, além de uma certa Maria Benedita, Carlota, Emiliana e Adelaide. Um ano depois a Caixa já possuía 592 clientes que haviam depositado 50 contos de réis. Em 1874 o Império criou nas capitais das Províncias as Caixas Econômicas e Montes de Socorro, expandindo a Caixa para todo o País. Em Porto Alegre a Caixa inicia as suas atividades em 03 de maio de 1875. No primeiro dia foram 20 depósitos no valor de 280 mil réis, quase o dobro do primeiro dia da Caixa na Corte. Merece destaque a poupança feita por escravos, em pleno escravismo. No início era uma exceção, Ver. João Antonio Dib, mesmo assim, apenas 12 dias depois de a Caixa ver iniciadas as suas operações, Margarida Luiza, escrava de Joaquim José Madeira, abriu a carteira de poupança, caderneta número 59. Três anos depois retirou 353 mil réis, e comprou a sua carta de alforria. Esse depósito, por parte de escravos, era duramente criticado pelos Parlamentares conservadores, como Pedro de Araújo Lima - Marquês de Olinda -, pois viam como um atentado à sociedade que os escravos pudessem depositar dinheiro, e futuramente, obter a sua alforria. Em 1872 o tema foi disciplinado, determinando às Caixas a aceitação de depósitos, devendo, sim, constar o nome do seu senhor. Temos no Museu de Brasília 85 cadernetas que restaram de escravos, testemunhando este trabalho. Posteriormente a história da Caixa foi se desenvolvendo. Terminou o Império, a República não trouxe grandes mudanças, mas uma certa expansão pela própria industrialização do País. Posteriormente, a Revolução de 30 - que levou Getúlio Vargas ao poder - ampliou o escopo, o objetivo da Caixa Econômica Federal, que se tornou também um banco de penhor e de empréstimos, conseguindo se transformar na grande instituição que hoje nós temos no País. É fruto disso que hoje nós temos uma soma de programas, de projetos habitacionais, principalmente a partir do Governo Lula. E eu destacaria para 2006 a Resolução nº 460, um total de quase meio bilhão de reais - 457 milhões de reais - , sendo 20 milhões de reais para o Rio Grande do Sul; o PAR, 853 milhões de reais, sendo 131 milhões de reais para o Rio Grande do Sul; crédito solidário, 6 milhões de reais, 150 mil reais para o Rio Grande do Sul. E a previsão para Porto Alegre neste ano é de 45 milhões de reais para o PAR, 1 mil e 500 unidades habitacionais; imóveis na planta, 76 milhões de reais, 3 mil e 300 unidades; operações de crédito com o setor público, com a Prefeitura de Porto Alegre, 2 mil e 800 unidades, e crédito solidário, 304 unidades habitacionais.

Queremos, no dia do aniversário da Caixa – e sei que falo em nome de todos os Vereadores –, parabenizar essa instituição e dizer – talvez os colegas ainda não saibam – que este ano o prêmio Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza, o nosso Betinho, por um Projeto meu e da Verª Manuela, será outorgado à Caixa Econômica Federal, na modalidade empresa.

Agradeço à paciência do Presidente dos trabalhos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver. Luiz Braz, no exercício da Presidência, Srs. Vereadores, a nova palavra para o dicionário é “mensanualista”, quem recebe mensalidade - salário mensal - e depois recebe o anualão, que são os nobres detentores de mandatos no Congresso Nacional, que se autoconvocaram. É verdade que 73 Deputados e Deputadas, Senadores e Senadoras estão propondo a devolução deste anualão da autoconvocação de dois salários. É verdade também que pela primeira vez isso ocorre. É que o povo conheceu o mensalão, mensalinho e outras coisas mais e alguns Deputados e Deputadas, Senadores e Senadoras pretendem, no ano eleitoral, fazer com que o povo imagine que eles estão agindo muito bem, devolvendo o dinheiro indevidamente recebido. Alguns até dizendo que estão fazendo doação a entidades que fazem caridade, mas essas entidades afirmam que estão esperando esta doação, não chegou ainda. Mas de qualquer forma, o Congresso Nacional não anda muito bem. Eu reclamo há muito tempo que 513 Deputados é um número muito grande para um País só. Agora eles querem criar mais 41 cargos de Deputados. E o Presidente da Câmara Federal, Ver. Raul Carrion, o Presidente Aldo Rebelo, colocou na Ordem do Dia, para votação, nesse recesso pago, e durante um mês não houve comparecimento de quase nenhum Deputado. Eu não esperava essa do Dep. Aldo Rebelo.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Dib, em primeiro lugar a minha saudação a V. Exª, sempre brilhante na tribuna, mas quero dizer que o Dep. Aldo Rebelo não é nenhum ditador no Congresso. Ele tem de seguir o que as Lideranças decidem. Assim como na nossa Casa, V. Exª sabe. A ordem dos trabalhos, os projetos colocados em votação, são decisões do colégio de Líderes, em que, evidentemente, os conservadores são maioria. Em segundo lugar, eu gostaria de dizer, Ver. Dib, que este Projeto não é do Dep. Aldo Rebelo. O que ele procura? Aplicar a Constituição. E a Constituição mantém uma proporção entre os diversos Estados. V. Exª sabe que, no Senado, todos os Estados têm a mesma representação. E quanto aos Deputados Estaduais, hoje, como em alguns Estados a população cresceu muito e não houve adequação, é uma mera aplicação da Constituição. Não tem outro sentido. Então, é uma questão que independe do Deputado, e é uma adequação da Constituição. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Entendi bem o aparte de Vossa Excelência. Mas, nobre Vereador, o que eu quero dizer a V. Exª é que foi ele que colocou na Ordem do Dia. Eu falei com os Deputados Federais e eles disseram que o Presidente coloca ou não na Ordem do Dia. Mas, de qualquer forma, nós não precisamos de 513 Deputados. Nós temos, em média, 19 Deputados por Estado. Os Estados Unidos têm 8,7 Deputados por Estado, em média. Eles têm um milhão de quilômetros quadrados a mais do que nós. Têm 100 milhões de habitantes a mais do que nós e têm um PIB, algumas vezes maior do que o nosso; sobra dinheiro lá e, aqui, falta. Os Deputados americanos trabalham cinco dias por semana. Os nossos Deputados trabalham três dias por semana, quando trabalham, porque eu olho o Canal 18 e vejo o plenário vazio. E há lugar para 400 Deputados sentados. São 513. Então, tinha que diminuir o número de Deputados. Eles, os Deputados americanos, não têm passagens, não têm diárias, não têm uma série de vantagens que os nossos Deputados têm aqui. E nós vamos criar mais 41 vagas de Deputados! Eu acho que nós precisamos, sim, se é para fazer o equilíbrio constitucional, reduzir o número de Deputados, para que aqueles que não estão proporcionais à sua população, passem a ficar na proporcionalidade. Portanto, eu espero que haja uma grande renovação no Congresso Nacional para que o Brasil possa crescer. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente Luiz Braz, estimados colegas Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.

Falo sobre a tragédia, mais uma que aconteceu, em Rio Grande, com o incêndio desse ônibus! Nós estamos acompanhando o drama dessas pessoas que estavam no ônibus, principalmente o drama da Bruna, uma jovem que estava no ônibus, e que foi transferida para o HPS. Nós temos uma equipe de médicos, uma estrutura excelente no nosso HPS. Vamos pedir a Deus que recuperem a nossa querida Bruna, porque o sofrimento da família, dos amigos, enfim, da comunidade rio-grandense que acompanha esse drama, é muito grande.

Meu caro Presidente Ver. Luiz Braz e Srs. Vereadores, como é que aconteceu aquela tragédia no Rio de Janeiro? Um ônibus foi incendiado por um grupo de marginais, e de repente acontece aqui na cidade de Rio Grande um incêndio em um ônibus. Não quer dizer que tenha sido um incêndio criminoso como aconteceu no Rio de Janeiro.

Nós, que acompanhamos esse drama pela televisão, não podemos entender como um incêndio inicia na cabine de um ônibus; e um ônibus sem porta de emergência. Pelo que temos visto, será que a janela do ônibus tinha proporções para que as pessoas pudessem sair com facilidade? Uma senhora, talvez com um físico maior que o dos outros, teve dificuldades para ser retirada, no momento da tragédia, naquele momento de horror no ônibus.

Que fique o alerta para as empresas, para que o órgão fiscalizador fiscalize com rigor as nossas empresas de ônibus. Pois, se um incêndio teve início na cabine, junto ao motorista - não há no ônibus material de alto risco, a gente que conhece um pouco sabe -, como é que esse fogo se alastrou rapidamente dentro do ônibus? Estão dizendo que existia thinner no ônibus. Será que no momento que esse thinner pegou fogo ele conseguiu se alastrar com tanta rapidez dentro do coletivo? Nós temos a nossa perícia, os nossos técnicos, pessoas preparadas, com excelente qualificação profissional. E nós aguardaremos, sem dúvida nenhuma, o veredicto de como ocorreu, de fato, o incêndio desse ônibus, em função do drama das pessoas que estavam no ônibus, das famílias dessas pessoas e das que estão hospitalizadas e da própria Bruna, que está aqui na foto no jornal Zero Hora, na página 28. É uma bela menina, está aqui e é bom que a TVCâmara mostre para o nosso telespectador do Canal 16. (Mostra a foto.) Vamos fazer aqui uma corrente, pedir ao nosso Deus, ao nosso Protetor, juntamente com a equipe médica do HPS, meu caro Presidente, que é de excelente qualidade, que recupere a saúde da nossa querida Bruna. Na flor de sua idade, uma vida pela frente, infelizmente aconteceu essa tragédia. Mas, tenho certeza de que a nossa querida Bruna vai sair dessa, Deus está ao lado dela. E ela irá recuperar a sua saúde. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha, fiz alguns registros na Sessão de ontem, mas gostaria de reforçar um elemento que fiz num Pedido de Providências de hoje, acerca do pagamento de gratificações com devolução também no final do ano no DMLU. Eu só pergunto e gostaria de saber por que o Chefe de Gabinete havia recebido o dobro? Qual foi o critério? Fiz essa pergunta e aguardo uma resposta.

Também quero reforçar aqui o pedido, se alguém está respondendo pelo Governo, sobre qual é a origem da matéria veiculada na RBS, sexta-feira, às 19 horas, em que saiu um comunicado dizendo que a água do DMAE não deveria ser bebida porque ela estaria imprópria para o consumo. Isso foi veiculado, mas no sábado isso foi desfeito. Foi dito o contrário. Há um equívoco. Não sei se da empresa, não sei se de uma nota oficial do DMAE. O fato é que isso, Ver. João Dib, gerou pânico, gerou um desconforto, gerou insegurança e quando se trata de abastecimento público, quando se trata de água; está-se tratando de saúde pública; e com isso nós não podemos brincar. Eu fui num debate, ontem, pela manhã, na Rádio Bandeirantes, e disse que não aceitava que se politizasse esse assunto, assim, negando e refutando aquilo que foi feito conosco, na época, por parte de militantes de oposição: alguns aqui da Câmara e alguns do Congresso Nacional, porque colocaram em dúvida a qualidade da água do DMAE. Eu disse que a água do DMAE tem qualidade e, se está se atestando a potabilidade, nós temos de confiar, porque trata-se de uma questão de Saúde pública e de interesse público máximo. Portanto, não deve se prestar a especulações e ao jogo político. É uma questão técnica e de Saúde pública. Agora, eu gostaria de saber como essa notícia saiu e por que ela saiu. Isso gerou pânico, gerou um mal-estar, uma insegurança e um desconforto. E alguém gerou essa notícia: ou foi uma empresa jornalística ou foi o DMAE.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu não ouvi o início do pronunciamento de V. Exª, onde essa notícia foi publicada?

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: No Jornal da RBS, às 19 horas de sexta-feira passada. Então, ainda bem que foi desdita, depois, no sábado, no mesmo horário. Mas isso gerou um pânico, uma acorrida às empresas de água mineral, aos supermercados. As pessoas foram orientadas a não mais utilizar a água do DMAE para o consumo. Isso é muito grave. Inclusive, muitas vezes, foi dito aqui que deveriam mudar as captações do DMAE. E o que eu vi, até agora, é que a única mudança feita foi a que fizemos, inclusive, com a conclusão da obra da Tristeza. Então, eu gostaria de saber, por parte daqueles que são da base do Governo, se vão fazer as mudanças conforme diziam, conforme denunciavam, conforme propunham, ou aquilo passou apenas como um elemento de oposição, de disputa política. Porque nós estamos vivendo um novo fenômeno de algas, muito grave, muito sério, que se antecipou em relação a outros períodos.

Quero fazer, também, aqui o registro – com a vênia do Ver. Bernardino Vendruscolo, que tem um Projeto de Lei que está protocolado, relativamente à indumentária, à vestimenta, ao calçado utilizado pelos taxistas. Eu concordo integralmente com o pedido, com o Projeto, vou apoiá-lo, mas farei um Pedido de Providências, no sentido de que seja alterada a atual resolução da EPTC, que obriga os motoristas de táxi a utilizarem calça comprida, sapato fechado, camisa especial, pois o calor está insuportável, e essa indumentária se constitui, Sr. Presidente, neste momento, com essas condições climáticas, numa desumanidade. Então, enquanto nós não temos uma solução para o Projeto do Ver. Bernardino, nós estamos encaminhando um Pedido de Providências para que a EPTC se sensibilize e altere essa vestimenta dos condutores de táxis, para que eles tenham um conforto, ou tenham, pelo menos, uma situação mais adequada para essa adversidade que nós estamos enfrentando, em face das altas temperaturas. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz, colegas Vereadores, prezados ouvintes, 2006 será um ano que deverá marcar a história da política nacional, porque estará em avaliação o projeto do Governo Federal em exercício - do Presidente Lula -, que vem revolucionando as estruturas institucionais brasileiras, que vem revolucionando o papel do Brasil no patamar internacional, e, este ano, nós devemos fazer um debate, aqui, sob o ponto de vista de onde estamos, do local para o global, ou seja, das políticas municipais relacionadas às políticas estaduais e relacionadas às políticas nacionais.

Eu vou iniciar este debate, aqui, citando alguns temas que são caros para a sociedade brasileira. Podemos começar pelo tema da Saúde pública nacional, pela Saúde pública estadual, pela Saúde pública municipal e a postura dos nossos governantes. Há poucos dias o Secretário Municipal da Saúde fez prestação de contas ao Conselho Municipal sobre o desempenho da política municipal relacionada ao ano de 2005. Os dados são negativos no que diz respeito à disponibilidade de pessoal, no que diz respeito à capacidade de infra-estrutura para atendimento, no que diz respeito à disponibilidade de medicamentos para a sociedade porto-alegrense. A comunidade e aqueles que vão à farmácia para pegar os medicamentos mais simples, aqueles que buscam, de farmácia em farmácia pública e não encontram o medicamento, recebem a promessa de que o terão em dois meses.

Um dos dados positivos, apresentado aqui pelo Secretário Gus, foi o mutirão de cirurgias. Naquele momento o Secretário esqueceu de dizer que esse é um Programa do Governo Federal em convênio com o Município. E hoje nós recebemos o anúncio de que novamente vem aí mais um mutirão de cirurgias para Porto Alegre. Serão mais 4.500 cirurgias coordenadas pelo Ministério da Saúde em conjunto com o Município, que já autorizou o repasse de 2 milhões e 200 mil reais ao Município de Porto Alegre para enfrentarmos esse déficit na Saúde pública.

Senhor Presidente, temos de fazer essa comparação: qual é a postura do Governo Federal, do Governo Estadual e do Governo Municipal? O Governo Estadual, Governo Rigotto, na Saúde, está inadimplente constitucionalmente. O Tribunal de Contas do Estado já o condenou por não fazer os repasses constitucionais da Saúde, inclusive para o Município de Porto Alegre. Na prestação de contas do Secretário Gus o repasse das verbas da Saúde do Estado foi zero para Porto Alegre. Temos de fazer esse comparativo e cobrar a responsabilidade de nossos administradores, porque se nós quisermos fazer um debate sob o ponto de vista da política estratégica e do compromisso com as mudanças, até o momento, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre não disse para que veio no tema Saúde pública de nossa Capital. O Governo do Estado não disse para que veio no tema Saúde pública do Estado. E aquela promessa do Governador Rigotto de colocar um posto de saúde a cada quilômetro, “conversa para inglês ouvir”, porque todos nós sabíamos que não se concretizaria, como não se concretizou.

Sr. Presidente, para concluir, a nossa contribuição aqui é com o debate fraterno dos Projetos que dão certo, e o Brasil inicia o ano no cenário internacional com a taxa histórica do risco-país como a menor já acontecida na história da República brasileira. E ontem fechou com 277 pontos, colocando uma credencial do País em outro patamar nas relações internacionais.

Portanto, esse comparativo das políticas locais, estaduais e federais é um papel que este Legislativo vai ter que debater com profundidade. Estamos aqui para defender um Projeto que até então deu certo e que pretendemos que continue dando certo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Excelentíssimo Ver. Luiz Braz, demais Vereadores e Vereadoras, nesta minha fala em Liderança eu queria, em primeiro lugar, dizer que na tarde de ontem voltamos ao local do reassentamento onde hoje há cerca de 120 famílias, Ver. Comassetto, com quem havíamos trabalhado através da CUTHAB no ano passado, e havia um compromisso do Governo, Ver. Ervino, de fazer um reassentamento.

Já falamos, no dia de ontem, da situação precariíssima que os assentados se encontravam, e voltamos ontem à tardinha, em torno das 19 horas, com lideranças da região, para ver se a situação havia sido minorada a partir de todos os encaminhamentos que nós fizemos, ofícios, e assim por diante. Houve questões “cosméticas”, encaminhamentos, que de toda forma, aplaudimos. Primeiro, foram colocados seis banheiros químicos para as 120 famílias, mas com o aviso de que seriam trocados de dois em dois dias. Já no primeiro dia todos eles estavam completamente lotados de dejetos, e a população dizendo que não tinha mais como utilizá-los.

E a segunda iniciativa que nós vamos nos referir é que foram servidas 300 refeições industriais no almoço do dia de ontem; não se sabendo se no dia de hoje haverá ou não, o que é insuficiente. Não há alimentos para o jantar, não há alimentos para o café da manhã, salvo para as crianças, às quais foi servido um café com leite, pela manhã. E a situação é que essas pessoas não têm como cozinhar, não têm absolutamente como preparar nenhum alimento, essas pessoas não estão podendo ir trabalhar, Ver. Ervino, e não têm como ter a sua sobrevivência assegurada.

Então, nós vamos, ainda hoje, entrar em contato novamente com o Ministério Público Estadual e pedir que visitem o local. Queremos, também, que a base do Governo, a base governista - e aqui não tem questão partidária, não há a questão de tentar politizar uma situação de desgraça que essas famílias estão - nos ajude, por uma questão de humanidade, porque um assentamento não pode ter essas condições. Convido, aliás, todos os Vereadores que puderem para dar uma chegada lá, levando solidariedade. Fica ali no lado da capatazia do lixo, do DMLU, na Av. Plínio Kroeff, já quase na rótula que existe na Costa e Silva. Todos os Vereadores podem ir. A situação é caótica e nós tememos por conseqüências mais graves.

A segunda questão que nós queríamos tratar hoje é sobre uma notícia, Ver. Todeschini, Ver. Comassetto, Ver. Dib, Ver. Ervino, Ver. Braz , Ver. Haroldo, de que foi feita a denúncia, no dia de ontem, de que os Estados Unidos bloquearam a compra de aviões brasileiros pela Venezuela; aviões Tucano, que são aviões de treinamento. Uma operação que envolveria em torno de 230 milhões, e os Estados Unidos estão vetando, impedindo, porque há alguns componentes norte-americanos nos aviões, e eles se julgam no direito de proibir que um povo soberano - como o nosso - venda os seus produtos para o povo venezuelano, como se a venda de 20 ou 30 aviões Tucano fosse ameaçar a grande potência mundial, armada até os dentes com bombas atômicas, de hidrogênio, bombas de fragmentação, bombas napalm, e que invade, ocupa e trucida os povos. Agora, o que nós não podemos aceitar, Ver. Dib, é uma ingerência indevida do “império do norte” na nossa atuação e na nossa economia.

No dia de hoje – está no jornal Zero Hora, página 25 – o Itamaraty confirma que o Governo dos Estados Unidos estaria obstruindo uma operação de venda de aviões militares Super Tucano, da Embraer, conforme o próprio ministro das Relações Exteriores. A informação e a denúncia do Presidente Chávez dizem mais, e todos nós ouvimos isto pela imprensa: que Washington tentou bloquear a venda, pela Espanha, de 12 aviões de transporte militar e oito embarcações patrulheiras para a Venezuela. Ou seja, temos uma potência que se tornou a dona do mundo, ela vende armas para o país que quer, infesta o mundo de armas; agora, um país soberano como o Brasil, um país soberano como a Espanha têm que ficar sob o tacão dos norte-americanos, que impedem que a economia brasileira se beneficie dos avanços da tecnologia que a Embraer tem feito.

Nós queríamos registrar isso e, para concluir, dar a bela notícia de que o Governo liberou um bilhão, 940 milhões de reais para saneamento, sendo que 85% desse valor são para projetos do setor público e 15%, do setor privado; invertendo, Ver. Todeschini, uma situação em que, antes, os bancos de desenvolvimento deste País eram proibidos de financiar os investimentos do setor público e só podiam financiar os investimentos privados. Felizmente abre-se um novo caminho para este País e, mais dia, menos dia, grandes conquistas para o nosso povo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham pelo Canal 16 da TVCâmara, saúdo a todos; eu quero aqui, no dia de hoje, parabenizar o trabalho da Polícia Civil e da Brigada Militar pelas batidas que estão fazendo nos revendedores de peças usadas. Estão, felizmente, desbaratando diversas quadrilhas de roubo e desmanche de automóveis; que bom! Eu acho que têm de ser intensificadas essas ações contra essas quadrilhas, porque são organizadas e sustentam as empresas que revendem peças usadas, entre aspas, porque a maioria dessas peças é de veículos furtados, desmanchados e vendidos para a população.

Mas vamos, agora, seguir para o nosso Litoral; eu tenho uma residência em Pinhal, na Rua General Osório nº 2.429 - está às ordens, meus caros colegas Vereadores -, só que estão acontecendo no Litoral arrombamentos e coisas assustadoras. Para as pessoas que nos assistem pelo Canal 16 da TVCâmara e para os Srs. Vereadores terem uma idéia, eu poderia citar uma dezena de moradores que nesses últimos 30 dias tiveram as suas residências arrombadas, como a minha também. É o crime organizado, Ver. Todeschini, porque só numa noite - eu tenho um sobradinho, são sete sobradinhos que têm lá na Rua General Osório, todos vizinhos, um encostado no outro - arrombaram quatro! Quatro sobradinhos! Levaram freezer, levaram botijões, levaram tanque – de caminhão! E eu pergunto a V. Exas: para onde vai esse material? Para esses briques que revendem aí!

Na próxima semana quero fazer uma visita ao Prefeito, e vou dizer a ele, vou falar da minha praia, mas em outras praias está acontecendo a mesma coisa, a gente fala com uma pessoa que tem uma casa na praia e a pessoa diz: “Eu não quero mais casa na praia, eu vou vender!” Eu quis vender a minha; procurei a imobiliária Nei Zang - posso citar o nome, aqui -, o representante foi lá e disse: “Olha, tu queres vender o sobradinho?” E eu disse: “Quero vender!” Além do custo, o pessoal arromba, arrancam janela e fazem o que bem entendem. “Tu queres vender, o preço de mercado que hoje está na praia é de 11 mil reais, mais do que isto tu não pegas. Mas tem que deixar tudo que tem dentro de casa!” Por 11 mil reais? Então, tu colocas isso no papel - o valor da mercadoria que tem aqui dentro de casa -, e eu vou vender por 11 mil reais? Eu me senti até ofendido naquele momento. Mas, falando com outras pessoas na praia, é a mesma coisa. Uma residência que vale 40 ou 50 mil reais, o seu valor de mercado é um valor baixo, está nesse preço: 10 a 12 mil reais.

Se a Prefeitura - vou colocar isso para o Prefeito – não sei de que forma também – não tomar providências, essas praias daqui, num curto período, não vão ter como se sustentar, porque ninguém mais quer casa na praia. Não sei mais. Quem sabe com a autoridade do Prefeito, com a Polícia, enfim, para tentar pelo menos segurar um pouco. Todas essas pessoas com quem a gente fala dizem a mesma coisa. Além de arrombarem, arrancam porta e janela. Aconteceu lá na minha casa: arrancaram a janela para tirar o freezer por ela! Não conseguiram abrir a porta, tiraram pela janela. Aquilo não foi produto de se levar de carroça ou alguma camionete pequena; aquilo foi de caminhão, porque foram quatro casas arrombadas.

Agora, isso é um absurdo, isso é crime organizado, e esse material está sendo negociado. Deve haver briques, não sei onde, porque esses produtos estão sendo vendidos. Esses produtos não são roubados para as pessoas levarem para as suas residências; eles vendem essas mercadorias roubadas para esses briques, que revendem mercadoria roubada.

Vou-me sentar lado a lado com o Prefeito, porque as praias no nosso Litoral estão um caos! A gente fala com dez, quinze pessoas que têm casa na praia: “Eu não quero mais, eu quero vender, pelo que está acontecendo”. Mas é um absurdo estar acontecendo isso aí! Para onde é que vai esse material, para onde? Para a revenda.

Quem sabe se, de repente, a nossa querida Brigada Militar e a nossa Polícia Civil fizessem alguma visita, alguma averiguação nesses briques, ver a procedência desses produtos que essa gente vende? Eu acho que a maioria é toda de produtos roubados! Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores. Ver. Comassetto, eu lhe agradeço a concessão do tempo de Liderança. Eu acho que, realmente, Ver. Ervino, é muito grave a denúncia que V. Exª faz aqui. V. Exª fala que está generalizado nas praias do nosso Litoral o problema da insegurança, o problema dos furtos. É um dos problemas da violência, e, portanto, é um problema também da alçada e, principalmente, da alçada do Secretário de Segurança e do Governador do Estado, porque ele é o responsável pela segurança da vida e do patrimônio das pessoas, há obrigação constitucional. Evidentemente que os Municípios têm papel a desempenhar, e por isso nós apresentamos aqui na Cidade um Projeto em que o Município avança nas competências e nas obrigações relativas à Segurança pública; agora, hoje, a responsabilidade objetiva é do Governador do Estado e do Secretário de Segurança. E vimos que a pior nota de desempenho que teve o Governador, o Governo do Estado e também o Prefeito, aqui em Porto Alegre, foi na área da Segurança pública, este é o problema mais agudo. E nós vamos ter muito trabalho na Comissão que estou presidindo e da qual V. Exª também faz parte.

Mas eu vim para falar principalmente - e eu creio que é importante que se faça um debate sobre isso - das conquistas do Brasil. Eu falo das conquistas do Brasil, porque não devemos falar só do Governo Lula, mas da conjuntura positiva em que nós vivemos no momento. E as perspectivas do futuro imediato daquela tendência de desmonte, de privatização, de aniquilamento do Estado investidor, do Estado empreendedor, do Estado econômico, que estava sendo soterrada pelo Governo anterior, ela não só se reverte, mas aponta um caminho, Ver. Comassetto, um caminho afirmativo, um caminho positivo, e que dá esperança, conforto, sustentabilidade e cria as condições para o bem-estar dos brasileiros.

Nós vamos ter, Ver. João Dib, um investimento público de mais de 100 bilhões de reais este ano. Eu não me lembro de quanto havia no Governo anterior, mas com certeza não chegava a 5 bilhões de investimento público. Nós vamos ter um recorde e isso vai elevar as taxas de crescimento, vai elevar o PIB, vai criar um ambiente muito promissor, um ambiente muito favorável, agregado às questões da diminuição do risco-país, agregado à inserção internacional soberana do Brasil que traz uma diferença importante. Vejamos só algumas áreas de investimento: BR-101, mais de 7 bilhões de reais, uma obra que não acontecia há muito tempo e está acontecendo, são 30 anos de espera; para a Habitação teremos 15 bilhões de reais, e aqui foi falado pelo Ver. Raul Carrion que só em Porto Alegre vamos ter mais de 8 mil habitações, na parceria entre Governo Federal e Município, sendo que 80% serão recursos do Governo Federal, com certeza, para além dos programas já em andamento.

Vejamos a área de Saneamento. Antes, a privatização, Ver. Ervino; agora nós vamos ter, este ano, um investimento de mais de 3,5 bilhões de reais do Governo Federal. Saúde. Energia elétrica: vivíamos com o apagão, vivíamos com o risco de o País paralisar. Agora o que nós temos? Estabilidade, crescimento e investimento nas parcerias, nas hidrelétricas. Temos o caso aqui no Estado, por exemplo, de Candiota, o investimento de um bilhão de reais, mais de 400 milhões de dólares, o Banco Chinês em parceria com as nossas empresas.

E quantas outras áreas? Na área Social, na área da Educação, na área do Trabalho, do Fomento. O BNDES, Ver. Comassetto, tem um orçamento para 2006, para ser executado, de 60 bilhões de reais. O BNDES antes trabalhava para patrocinar as privatizações e agora volta a financiar o setor produtivo, o setor nacional e o setor público. Por que antes não podia?

Hoje nós estamos comemorando 145 anos da Caixa Econômica Federal, que é uma das jóias da nossa coroa e que está no contexto, sendo um dos instrumentos, junto com o BNDES e outros instrumentos de política, avancaladores do futuro deste País. E por que não falar das outras coisas como a política energética alternativa? E todas as conquistas importantes na área Social, como o Bolsa-Escola, Bolsa-Família, o Fome Zero, evidentemente que são Programas que carecem, constantemente, de aperfeiçoamento, mas que começaram e estão criando um novo Brasil. Isso é importante, isso é o que fica, porque aquilo que acontece é o que resta para o futuro da história. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, o Ver. Raul Carrion, com aquela sua verbosidade, falava em ingerência inoportuna do País do Hemisfério Norte. Falava sobre aviação. E aí eu penso que o Presidente da República do Brasil, quando quis um avião, não comprou da Embraer, que poderia lhe dar um avião em excelentes condições, tão boas quanto o Airbus que ele encomendou no Exterior pelo dobro do preço. E a Embraer disputa com a Bombardier, no Canadá, que transporta milhões de passageiros nos Estados Unidos, que já está encaminhando uma fábrica na China, mas o Presidente Lula preferiu o avião da Airbus.

E por falar em preferências nacionais e internacionais, é de se ver, com alguma tristeza, o puxão de orelhas que o FMI - que veio festejar o recebimento antecipado da dívida que o Brasil tinha - deu no Presidente da República e na equipe econômica. A foto não poderia ser mais perfeita: em contrição à área econômica, cabeça baixa, mãos postas, falta de sorte, mas registrou-se o momento correto.

Agora, quando nós falamos em Segurança, não podemos esquecer que a Segurança depende muito do combate às drogas. E eu vou ficar com o Senador Paim, com a Senadora Heloísa Helena. O Presidente não fez o que deveria fazer em matéria de Segurança; ao contrário, reduziu as verbas para Segurança. E ele que tem a mania de querer se comparar com Getúlio Vargas - que não chegaria nem perto, de se comparar com Juscelino que queria fazer em cinco anos, na agricultura, o Brasil avançar 50 anos - está dizendo que este ano vai fazer tantas obras, mas tantas obras que tudo aquilo que ele deveria fazer em quatro anos – e não fez nada em três – vai querer fazer agora no quarto ano para tentar enganar o povo brasileiro dizendo que ele é um grande Presidente. Então, ele anuncia 400 milhões de reais para tapar os buracos nas estradas federais. É incrível que essa importância tenha sido noticiada, porque os 400 milhões de reais não vão fazer nada dentro do universo que precisa ser recuperado, a não ser que seja daquele tipo de obra em que se passa um pincelzinho, pinta-se como asfalto e, na primeira chuva, vai tudo. Então, realmente, ele não é Juscelino, ele não é Getúlio Vargas e ele deve encontrar o seu descanso no próximo ano.

No dia de ontem o Ver. Carrion, que não está aqui neste momento, reclamou sobre as obras da Estrada Afonso Mariante. Bem, a drenagem pluvial, hoje, é feita por valetas, ao longo da estrada, não mudou nada. Agora, pelo movimento que a estrada tem, a SMOV entendeu que essa estrada não pode ser tratada como uma estrada com acostamento de terra e vai colocar um meio-fio e, conseqüentemente, poderá colocar pluvial, e as residências que devem ter fossa cética, ligarão no pluvial, porque não há previsão de cloacal. Assim, quando se procura fazer uma coisa boa, sempre tem alguém para criticar.

E eu quero lamentar profundamente que tenha ocorrido esta nota em relação à água do DMAE. Eu, que fui Diretor duas vezes do DMAE, sei o carinho, o zelo, a responsabilidade com a qual a água é oferecida aos porto-alegrenses, como é tratada. A água do DMAE é, sim, potável, sem dúvida nenhuma, mesmo quando ocorre de o sistema ser atingido pelas algas, e não é a primeira vez, este ano até está menos atingido do que em 2003 e 2004. Vamos torcer para que não haja maiores problemas. Mas, mesmo com as algas, a água que o DMAE oferece à população é muito bem tratada e absolutamente segura para a saúde da população. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Vereador Luiz Braz, Vereadores, Vereadoras, amigos que nos acompanham, eu, às vezes, tenho dúvidas sobre a democracia, se ela é boa, se ela é legal ou não. Porque a democracia permite em todos os Parlamentos que se fale aquilo que bem entendem. É verdade. Chega-se aqui e fala-se aquilo que vem na cabeça, aquilo que estamos pensando e achamos que está certo e o que não está certo, e assim nós vamos em frente.

Engraçado quando se fala sobre a Segurança pública! Quando o PT esteve no Governo Estadual nós criticávamos a Segurança pública. O PT sai do Governo, e eles são os que criticam a Segurança pública.

A Segurança pública nas praias, Segurança pública dos taxistas - será que essa Segurança pública não é uma herança maldita resultante da má distribuição de renda neste País?

Será que o dia em que entrar um homem ou uma mulher competente na Presidência da República brasileira, que tivermos uma igualdade social equivalente a de países de Primeiro Mundo, será que essa violência vai diminuir? Porque teremos mais empregos.

O Ver. Dib fala em tráfico de drogas, entorpecentes, também. Mas o PT prometeu 10 milhões de empregos e conseguiu 3 milhões e pouco, em três anos, o mesmo PT que agora diz que, em 10 meses, vai fazer uma revolução de construções, de melhorias de vida para o País.

E eu leio no Jornal do Comércio o seguinte: “Em dia de otimismo, o risco-Brasil despencou para 277 pontos, atingindo um patamar histórico”.

O que isso quer dizer para o bolso do povo, para o Zé da esquina, para Joãozinho da vila? O que quer dizer o risco-país? Ele quer saber o risco disso no bolso dele! Quanto está custando o litro de leite, o pão - é isso que o povo quer entender.

Uma pesquisa recente, do Lauro Quadros, no Programa Polêmica, resultou em 13% apenas de favoráveis à renovação dos Parlamentares nas próximas eleições. E com justa razão!

O povo não é tão trouxa assim, nem tão desligado como se pensa. Não é!

O Ver. Todeschini e o Ver. Comassetto chegam aqui e falam bonito, e tal. O povo só está de olho. Não é por aí. Não é por aí mesmo!

Tem de haver uma renovação em todos os Parlamentos, a começar pelas Câmaras de Vereadores.

E fecho com o Ver. João Antonio Dib quando diz que há necessidade de se diminuir o número de Vereadores; de diminuir o número de Deputados Federais, 500 e poucos Deputados Federais, para quê?

Com o dinheiro que se consome com os Parlamentares neste País, já poderíamos resolver outras coisas. Mas também só iremos resolver, se tivermos, na Presidência do Brasil, um homem verdadeiramente homem, cumpridor das suas promessas, e não um estelionato eleitoral como o que sofremos nessa última eleição de Lula, de 53 milhões de votos. Não fez nada em três anos. Pagou as contas do FMI - tudo bem; mas rezou na cartilha do FMI. E, agora, em 10 meses, diz que vai fazer o que não fez em três anos. Não vai fazer! Vai enganar sobre as estradas, vai enganar sobre a Saúde pública. E vocês perguntarão: “Você tem no colete, na manga do paletó, Haroldo, o Presidente da República que vai salvar o nosso País?” Não tenho. Eu sou descrente da política. Eu sou descrente do político. Eu estou aqui porque represento 6 mil e 780 e poucos votos. A esses eu dou a minha resposta; ao demais, o que eu posso fazer se nós usamos a política para, quando estamos na oposição, criticamos quem está lá? E quando não estamos somos bombardeados! Então fica difícil esse negócio de falar bonito, sobre esperança, que o Brasil vai melhorar, que o Brasil não vai melhorar. Aqui, na seqüência, diz o seguinte: “O volume financeiro do Brasil atingiu dois bilhões, o maior do ano”, mas e no bolso das pessoas, no preço dos supermercados, no pedágio que aumenta? Vereador Comassetto, vocês também quando estiveram no Governo, mantiveram o pedágio! Quando é o Rigotto, é o culpado do pedágio; quando é o PT, não é o culpado do pedágio! Então não dá para entender!

Eu quero deixar bem claro para vocês: nós estamos no ano de 2006, em que, mais uma vez, este cidadão de 61 anos de idade vai tentar ser feliz, de uma maneira ou de outra. Com certeza eu serei feliz na Alemanha transmitindo os gols da Seleção Brasileira. Agora, na política, com sinceridade, nem no meu Partido e nem nos outros, eu não acredito que nasça um novo nome, um novo homem na política para que eu possa realmente acreditar que este País vai ser realmente construído para as pessoas de bem e vai ser um País de bem, e não um País que é construído nos Parlamentos por mentiras e promessas que não são cumpridas. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Solicito ao Ver. Haroldo de Souza que assuma a Presidência dos trabalhos para este Vereador usar o tempo de Liderança do seu Partido.

 

(O Sr. Haroldo de Souza assume a Presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Haroldo de Souza, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, foi extremamente feliz, no meu modo de ver, o chargista Aroeira, hoje, no jornal O Sul, na página dois, há o desenho de uma mão, simbolizando o FMI, afagando um cachorrinho que tem a cara do Lula. O cachorrinho abanando o rabo em sinal de agradecimento, de contentamento por aquele afago que está recebendo do FMI. Ora! Quem ouvia há algum tempo todos os militantes petistas escrevendo, falando, bradando para todos os cantos “Fora FMI”, não poderia imaginar que muito pouco tempo depois, bastando assumir a Presidência da República, ao invés de “Fora FMI”, falassem “Venha cá, FMI, nós queremos dar para vocês o dinheiro do Brasil”. E o FMI vem para cá e recebe o dinheiro dos brasileiros, diferentemente daquele discurso que nós ouvíamos, Ver. João Dib, de “Fora FMI”.

 Mas, e agora? Agora o Presidente da República, exatamente no ano eleitoral, depois de passar três anos envolvido em escândalos, sem explicar a origem de um dinheiro sujo, de corrupção que propiciou a sua eleição, sem explicar de onde este dinheiro foi extraído da sociedade brasileira, e foram milhões e milhões que alimentaram as contas do Sr. Duda Mendonça, do Valério, o “Valerioduto”, depois destes três anos de escândalo e corrupção vem o Presidente da República dizer assim: “Agora nós temos dinheiro para recuperar estradas; agora nós temos dinheiro para a Saúde; agora temos dinheiro para salvar o Brasil e transformá-lo num Brasil realmente fantástico” - e todos nós queremos viver neste Brasil. Mas será que esse dinheiro que vem agora, Ver. Haroldo de Souza, era o dinheiro que antes era desviado com o “Valerioduto”?

E esse dinheiro do “Valerioduto” ficou mal-explicado, porque esse dinheiro saiu do Governo Federal, saiu destes malditos fundos de pensão e foi para as agências de publicidade. E aí, meu amigo Raul Moreau, nas agências de publicidade, como este dinheiro é esquentado? Porque ele é esquentado de alguma forma para poder, de repente, irrigar esses Deputados do PT e os aliados do PT, ele tem que ser esquentado de alguma forma. E, olha, esse dinheiro veio até para cá, Ver. Todeschini, alimentou gente daqui, do seu Partido. Alimentou gente do seu Partido, aqui, e V. Exª sabe que três Vereadores que se elegeram pelo seu Partido, aqui, foram alimentados por esse dinheiro sujo que veio de lá! E aí não quiseram fazer a CPI lá na Assembléia Legislativa para ninguém verificar nada aqui. Eu só posso dar uma resposta para V. Exª, Ver. Haroldo: eu concordo praticamente na íntegra com o discurso de V. Exª. Há um homem que está demonstrando que realmente é capaz de dar novos rumos para o Brasil. Acredito muito, porque ele está demonstrando na prática o que pode fazer pela economia brasileira, o atual Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ele baixou os impostos em São Paulo, ele transformou São Paulo, de um Estado que era totalmente devedor e que, na verdade, não era capaz nem de pagar a folha de pagamento dos seus funcionários, num Estado que, hoje, é capaz de ter 9 bilhões em investimentos. Então, eu realmente acredito em Geraldo Alckmin como o homem capaz de dar novos rumos a este País.

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Não havendo mais Lideranças para se manifestarem e não havendo quórum para que possamos entrar na Ordem do Dia, estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 10h45min.)

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